O TEMPO JAMAIS APAGA

Já amei. Já fui amada, já me decepcionei e já decepcionei alguém.
Já me cansei de dar risada até doer a barriga e o fôlego acabar. Ri até escorrer lágrimas dos olhos.
Já chorei até dormir, já fiquei sem dormir para ficar chorando, já dormi chorando e acordei sorrindo.
Já confundi inúmeras vezes sentimentos, que no fundo não era nada do que eu pensava.
Já peguei atalho errado, já percorri durante tempos por caminho errado, já voltei atrás, mais continuo no rumo errado sem saber o caminho certo onde devo percorrer.
Já tentei esquecer algumas pessoas, já implorei a Deus para que tirasse elas de dentro do meu coração, mas com o tempo descobri que essas pessoas são as mais difíceis de se esquecer, que nada melhor do que o tempo para conseguir fazer com que eu as esqueça.
Já fiz juras eternas de amor, das quais faço ate hoje, arrepender delas jamais, só me arrependo de não ter feito inúmeras outras que tive vontade e o medo me fez com que não fizesse.
Já escrevi no caderno o nome dele junto ao meu várias vezes, até que a tinta da caneta falhasse.
Já chorei sentado no chão do banheiro, já fiquei horas e horas olhando para o espelho e desabafando vendo as lágrimas escorrendo sobre a minha face.
Já abracei o travesseiro como se ele fosse o meu amor, e é o meu travesseiro que sempre escutou os meus desabafos e nunca se importou, ele que enxugou todas as minhas lágrimas.
Já corri pra não deixar alguém chorando, já disse um não querendo dizer um sim, já fiz alguém sofrer por mim, sem ter idéia do que estava fazendo. E só depois pude perceber isso.
Já fiquei sozinho no meio de milhares de pessoas e consegui sentir falta de apenas uma pessoa. Da qual sinto até hoje por onde eu estiver.
Já senti medo do escuro, já fiquei apavorada com tempo de chuva, já tive medo de lobisomem, de homem do saco.
Já tremi de nervoso, já me escondi em baixo da cama, já tremi tanto a ponto de não conseguir digitar.
Já quase morri de amor uma, duas e várias outras vezes, mais o quase sempre não me deixou morrer. Eu sempre quase morria e sempre renascia mais uma vez, só para ver o rosto de cada um que sempre me apóia quando eu mais precisei.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar; já morri de vontade levantar para buscar água e fiquei com medo de encontrar alguém escondido pronto para me atacar.
Já fiquei olhando pro céu, procurando a estrela que mais brilha, já vi estrela cadente, já pedi aos céus ele aqui comigo.
Já andei descalço pelas ruas sem me preocupar com que os outros iriam pensar da minha situação.
Já cai e me ralei completamente, já corri de farmacêutico com medo de tomar injeção.
Já virei noites na internet jogando papos fora com amigo virtuais, já vi o por do sol.
Já me apaixonei a ponto de achar que seria para sempre, e acabei esquecendo daquela velha e famosa frase de que o sempre, sempre acaba.
Já chorei por ver amigos partindo de cidades, partindo para outra vida que jamais nos encontraremos novamente. Mais também descobri que sempre há tempo de se encontrar novas amizades.
Já dancei a ponto de não agüentar tirar a perna de lugar, a ponto que a dor dominasse o corpo inteiro.
Já cantei para todos ouvirem, já jurei amor eterno, já me decepcionei e nem por isso desiste de lutar pelo que eu almejo.
Já fiz tantas coisas nessa vida que um simples texto não suportaria tantas palavras e histórias escritas.
Foram momentos dos quais jamais esquecerei, momentos que foram únicos e inigualáveis, momentos que ficaram arquivos na memória e no coração, momentos que o tempo jamais será capaz de apagar da minha vida.